Textos


O futuro que queremos

Livre, democrático, com mais arte e direitos humanos

Que a arte e a política se entrelacem na formação de uma consciência crítica que compreende a democracia como um processo que precisamos constantemente seguir construindo.

Dr. PAULO ABRÃO PIRES JUNIOR
SECRETÁRIO NACIONAL DE JUSTIÇA E PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ANISTIA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

            "Filha da Anistia" retrata um momento da história do Brasil desde a perspectiva íntima de personagens que representam uma síntese da vivência dessa história em sua dimensão mais prática e humana. Com uma abordagem densa e realista, perpassa os dramas e as sequelas explícitas e ocultas impostas a milhares de brasileiros perseguidos políticos.
            Como teria sido a a vida de todos se o regime do terrorismo de Estado não tivesse se instalado? E hoje, como fica o direito à justiça, à reparação, à verdade e à memória?
            Pela expressão artística abre-se para as novas gerações uma possibilidade de reflexão sobre o legado de violência do regime autoritário, permitindo que a arte e a política se entrelacem na formação de uma consciência crítica, que compreende a democracia como um processo que precisamos constantemente seguir construindo. Ao mesmo tempo presta uma homenagem aos resistentes que corajosamente viveram a energia utópica de seu tempo e que compõem o seleto rol dos anistiados políticos brasileiros: estes poucos que podem afirmar que foram agentes ativos da construção do sistema de liberdades vigente, estes mesmos aos quais o Estado e a sociedade devem prestar reconhecimento público.
            Por tudo isso, esta instigante produção teatral contribui não apenas para a compreensão do passado e das lutas e sonhos de toda uma geração que teve o seu projeto de vida interrompido pelo autoritarismo, mas também para a formação de uma identidade coletiva nacional e para a reflexão sobre o futuro que queremos: livre, democrático, com mais arte e direitos humanos.
            Para quem ainda insiste na idéia de que a Anistia é sinônimo de esquecimento da barbárie do passado, "Filha da Anistia" é um libelo contra a ignorância e a insensibilidade.

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"Filha da Anistia" e o Direito à Verdade

MARIA DO ROSÁRIO
MINISTRA DOS DIREITOS HUMANOS

            A resistência cultural ao regime militar encontrou formas de expressão na literatura, no cinema, na música e também no teatro. Não foram poucas as peças teatrais censuradas, os autores perseguidos, teatros invadidos e artistas agredidos. Alguns tiveram que amargar a prisão e o exílio.
            O obscurantismo, em determinado momento, chegou a proibir peças como "Um bonde chamado desejo" de Tenessee Williams e a violência atingiu seu ague com a invasão do Teatro Galpão em julho de 1968 pelo Comando de Caça aos Comunistas (CCC) impedindo a encenação da peça "Roda Viva" de Chico Buarque, em São Paulo. Mas, a resistência cultural continuou... e nem sempre isso é lembrado.
            "Filha da Anistia" é uma peça teatral que expressa o questionamento legítimo de uma geração que não vivenciou a ditadura militar e lhes foi negado a informação sobre o acontecido; por isto mesmo clama pela verdade dos fatos, perseguições, prisões, torturas e desaparecimentos forçados de opositores políticos.
            Da parte do Estado, redemocratizando, iniciativas como o livro "Direito à Memória e à Verdade", as Caravanas da Anistia, as exposições, os memoriais, são iniciativas que fazem parte do esforço de reconhecer o direito da sociedade brasileira de saber a inteira verdade sobre as agressões aos direitos humanos durante a ditadura militar.
            Neste contexto, da longa transição ao regime democrático, se insere a proposta de criação da Comissão Nacional da Verdade para "examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional".
            Esperamos que as perguntas de "Filha da Anistia" sejam adequadamente respondidas.

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4 comments:

  1. Por favor meu nome é Nathålia de Rondonòpolis no Mato Grosso e gostaria de saber se existe a possibilidade de conseguir esse texto "Filha da anistia" pois gostaria de apresentar uma leitura dramatizada deste texto. Estamos apresentando sobre ditadura e esse texto se encaixa. Mas não tenho muito tempo e já procurei esse texto por toda parte e não encontrei. Por favor me ajudem. E obrigada desdd já.

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  2. Olá me chamo Nathália sou de Rondonòpolis no Mato Grosso e gostaria de saber se existe a possibilidade de conseguir este texto "Filha da anistia" pois faço parte do projeto "Leituras cênicas" do Teatro Sesc Rondonòpolis e quero fazer uma leitura dramatizada e o tema é ditadura militar e o texto se encaixa muito bem. Mas não tenho muito tempo. Peço por favor a ajuda de vocês. E desde já agradeço.

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  3. Olá seguem meus emails para respostas: natiadatiga@hotmail.com ou nathiesca11@gmail.com obrigada!

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  4. Vocês poderiam me enviar o texto dramatizado? É urgente para uma peça da escola

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